Editorial

Preocupante

É triste a manchete de hoje do Diário Popular. O parcelamento de salários por parte da Prefeitura de Pelotas é mais uma etapa em uma crise econômica que vem atingindo em cheio o Município e ganhou mais força a partir das mudanças fiscais aprovadas pelo Congresso no ano passado. Embora saia agora a notícia, ela não chega a ser surpresa. É apenas o ponto mais baixo de algo que era previsto e tem origem lá em cima.

Vai soar repetitivo ao leitor a cobrança Editorial por um pacto federativo que leve em consideração a vida nos municípios, aumentando a fatia do bolo. No entanto, a cada dia que sai uma notícia de uma crise, é claro que esse é um dos principais fatores. Claro, a administração municipal não pode ser eximida de algumas outras coisas. Há, por exemplo, um número enorme de cargos de confiança sendo ocupados dentro da estrutura administrativa do Município. Talvez seja o momento de Paula Mascarenhas e seu secretariado pararem e avaliar minuciosamente a necessidade de cada um. Também é hora de refletir sobre outros gastos da estrutura administrativa da cidade.

No entanto, o estopim, diz a Prefeitura, foi a queda de receitas com as mudanças do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS). Uma sigla bem grande, mas que significa uma fatia tão grande quanto de dinheiro que entra aos cofres de Estados e Municípios. As mudanças, para quem não lembra, foram aplicadas no ano passado próximas à eleição, com o objetivo de baratear, entre outras coisas, os preços dos combustíveis. Soava - e era - eleitoreira. O resultado vai sendo sentido agora. De acordo com a Fazenda de Pelotas, em um ano a quebra foi de R$ 104 milhões nos cofres da cidade. Não tem órgão ou empresa que se sustente com tamanha surpresa fiscal.

É dinheiro que deixa de entrar na cidade através de saúde, infraestrutura, segurança e, agora, de salários que, atrasados, impactam inúmeros outros nichos, como o comércio, por exemplo. Uma pena. A população inteira paga por isso e os efeitos desse atraso serão sentidos, ainda, a curto e médio prazo. No entanto, não será algo isolado, se os municípios continuarem reféns de migalhas vindas de cima.


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